Mesmo diante de inquestionáveis (e inestimáveis) benefícios, a evolução tecnológica também traz diversos desafios. E, uma vez que, atualmente, quase todos os aspectos do cotidiano dependem de sistemas digitais, a segurança cibernética tornou-se imprescindível para mitigar riscos e evitar ataques virtuais. Faz sentido. Afinal, segundo análise da Cybersecurity Ventures, os prejuízos globais provenientes do cibercrime custarão cerca de US$ 10,5 trilhões, anualmente, até 2025.

E não é só isso: além dos custos associados diretamente à recuperação de ataques, o impacto dos crimes cibernéticos inclui danos reputacionais, perda da confiança dos clientes e interrupção das operações comerciais, entre outras mazelas. Deve-se observar, ainda, que tais prejuízos podem aumentar exponencialmente com a aceleração da transformação digitalalém do crescente volume de processos e serviços que envolvem processos tecnológicos.

Vigilância contínua e adaptação ágil

Muito bem: para todos os efeitos, tal cenário exige atenção constante e adaptação ágil para lidar com as ameaças cibernéticas emergentes. Ou seja, é necessário que empresas, governos e indivíduos se alinhem às principais inovações para lidar com esses riscos não apenas sob o viés tecnológico, mas considerando aspectos legais, educacionais e de governança, por exemplo. Assim, sem mais delongas, aqui estão algumas das principais tendências de segurança cibernéticas para ficar de olho em 2024 (e além):

Segurança adaptável

Ao contrário de abordagens estáticas, a segurança adaptável utiliza tecnologias como Inteligência Artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML, ou Machine Learning) para operar em tempo real, identificando padrões suspeitos e respondendo rapidamente a ameaças antes que causem danos significativos. Vale destacar que esse modelo, além de automatizar os processos de detecção e resposta, permite que empresas e organizações assumam uma postura proativa diante de ataques cibernéticos.

Inteligência Artificial Generativa (GenAI)

Mais rápida, fundamentada e capaz de processar grandes volumes de informações, a GenAI oferece análises de incidentes praticamente em tempo real, potencializando a segurança cibernética — além de possibilitar a realização de investigações mais eficientes e acelerar avaliações de risco.

Segurança em IoT

À medida que o número de dispositivos conectados à internet aumenta, a segurança em IoT se torna indispensável para proteger redes domésticas e corporativas. Para mitigar esses riscos é de suma importância atualizar firmwares regularmente, bem como realizar processos de autenticação robusta e monitoramento de rede, entre outras estratégias.

Blockchain

A tecnologia blockchain garante a integridade das informações, previne fraudes e ataques de hackers por meio de armazenamento de dados à prova de violações. E, ainda, pode ser utilizada para desenvolver sistemas mais robustos de segurança.

Conscientização e treinamento

O treinamento contínuo de colaboradores acerca das melhores práticas de segurança no mundo digital é outra estratégia eficaz para aprimorar a segurança cibernética. Identificar tentativas de phishing ou engenharia social, por exemplo, é crucial para mitigar riscos e evitar ameaças digitais. Igualmente importante é garantir que as equipes conheçam todas as políticas de gestão segura de senhas e dispositivos, entre outros aspectos.

Mais rigor nas leis e regulamentações

Uma das principais tendências de segurança cibernética nos próximos anos é a implementação de leis, normas e regulamentos para proteção de dados e privacidade — que, vale destacar, impõem severas sanções e penalidades caso sejam infringidas. É o caso da GDPR na União Europeia e a LGPD no Brasil.

Governança de dados

Refere-se ao conjunto de processos e práticas criados para assegurar o gerenciamento apropriado de dados, bem como o respeito aos requisitos de segurança e conformidade. A implementação dessa estratégia implica em definição de políticas claras, aplicação de controles de acesso rigorosos, criptografia adequada e monitoramento constante, a fim de identificar e responder rapidamente a qualquer ameaça cibernética.

Cloud security

A crescente adoção de práticas como criptografia de dados, segurança de aplicações web e gestão de identidade e acesso para reduzir riscos cibernéticos na nuvem é outra tendência para ficar de olho nos próximos anos.

Ransomware

Uma das principais ameaças cibernéticas, o ransomware pode ser definido como uma espécie de “sequestro” dos dados de uma empresa seguido por exigências de resgate para liberá-los — e acredita-se que esse tipo de extorsão será cada vez mais frequente. Em meio às estratégias defensivas para tal ataque, é possível citar backups regulares, atualizações de segurança e, principalmente, capacitação dos colaboradores, por exemplo.

Autenticações sem senha

A adoção de autenticações mais seguras e convenientes (biometria, tokens e multifatorial) é outro destaque nesta lista — especialmente ao considerar que as senhas são, com frequência, o elo mais frágil em termos de segurança digital.

Riscos internos

Sejam intencionais ou por negligência, empresas e organizações devem se manter atentas a riscos internos por meio de monitoramento de atividades e políticas de acesso bem definidas e claras — além de oferecer treinamento contínuo a todos os colaboradores.

Abordagem Zero Trust

Outra tendência que estará em alta e deve permanecer assim nos próximos anos é o modelo Zero Trust, abordagem de segurança cibernética que exige autenticação e autorização contínuas para acessar recursos — monitorando-os em tempo real. Nessa abordagem, nenhum usuário ou dispositivo tem privilégios de acesso automáticos; é necessário que possuam identidade e permissões verificadas antes de acessar qualquer recurso.

Cybersecurity: responsabilidade compartilhada

O mundo está cada vez mais conectado e dependente de tecnologia. Nesse sentido, aspectos como a capacidade de lidar com ameaças virtuais por meio de estratégias como utilização de soluções robustas e avançadas, profissionais capacitados e uma cultura organizacional voltada à segurança digital proativa, entre outras, são vitais para empresas e organizações. É importante destacar, porém, que a segurança cibernética representa, atualmente, uma responsabilidade compartilhada com todas as áreas do negócio — ou seja, vai além da TI. A colaboração entre todos os departamentos é, portanto, condição fundamental para estabelecer defesas integradas e cada vez mais eficazes.